Alterações que causam perda auditiva permanente

Trauma acústico

O trauma acústico é uma lesão do ouvido interno que normalmente é provocada pela exposição a ruídos muito elevados. O dano auditivo pode ser relacionado a um único ruído alto  – como uma explosão.

Em função da duração da exposição, estimulações sonoras de intensidades elevadas (superiores a 90dB) vão lesar as estruturas do órgão espiral e provocar perdas auditivas temporárias ou permanentes, dependendo se essa lesão vai ou não ser reparada.

A perda auditiva é considerada um dos principais sintomas do trauma acústico. Em muitos casos, o primeiro impacto da perda está nos sons de alta frequência, seguido dos de baixa frequência. Outro sinal muito comum do problema é o zumbido. 

Em alguns casos pode ser necessário o uso de aparelhos auditivos para minimizar o impacto da perda auditiva. Alguns medicamentos também podem ser receitados pelo médico para o tratamento do trauma.

Perda auditiva Induzida por ruído

A perda auditiva induzida por ruído é uma perda auditiva causada por exposição prolongada a níveis altos de ruídos. E isso ocorre porque a audição é lesada gradualmente.

Apresenta perda seonsorioneural irreversível, com predominância coclear.Exposição prolongada a níveis de ruídos superiores a 85 dB (8 horas); Perda gradual ao longo do tempo que pode variar dependendo do tempo de exposição e da intensidade sonora. Inicia-se nas frequências altas; Estabiliza quando para a exposição ao ruído.

Seus sintomas são auditivos (perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som); e transtornos não auditivos (Comportamentais, Cardiovasculares, Digestivos, Vestibulares, Neurológicos e de Comunicação).

Normalmente perda auditiva induzida por ruído é tratada através do uso de aparelhos auditivos e deve prevenir a perda auditiva induzida por ruído ao baixar o volume de som, reduzir o tempo em que se expõe a ruídos e/ou usar protetor auditivo. 

Síndrome de Menière

A síndrome de Ménière (hidropsia endolinfática) resulta da distensão do compartimento da endolinfa, líquido existente no interior do labirinto membranoso localizado na orelha interna. Isso pode prejudicar trazer danos à cabeça deteriorando o ouvido interno, causando infecções e alergias, razões ainda desconhecidas. Se esse problema continua a pressão do ouvido aumenta causando, portanto, sérios efeitos ao equilíbrio e a audição da pessoa.

A doença está associada a distúrbios do sistema imunológico e doenças relacionadas ao sistema nervoso central, tal como doença de Crohn, syndrome de cólon e artrite (Bowel Syndrome, Crohn’s Disease).

Seus sintomas incluem  Vertigem (sensação de que o mundo está girando),  Diminuição da audição,  zumbido,  sensação de ouvido entupido. As crises com episódios de vertigem podem durar entre 20 minutos e 24 horas. Como a pessoa afetada fica com uma sensação forte de vertigem e tontura, pode sentir náuseas e vômito. A audição pode “sumir” e voltar nesse período assim como o zumbido que também pode ser intermitente.

Especialistas não falam em cura para a doença de Ménière, mas em combater os sintomas que atrapalham a qualidade de vida de quem sofre do problema. Normalmente, o tratamento tem o objetivo de reduzir os ataques de vertigem, minimizar o zumbido e problemas de equilíbrio e evitar que a progressão da doença comprometa a audição da pessoa – como o uso de aparelhos auditivos.

Medicamentos para tratar náuseas e vertigens, diuréticos e o vasodilatador também podem ser indicados.  Terapia de reabilitação vestibular, que são exercícios específicos com o objetivo de ajudar o seu corpo a maximizar o equilíbrio. Paralelamente ao tratamento, mudanças no estilo de vida podem ser recomendadas. Por exemplo: Alimentação balanceada com redução no consumo de cafeína, Prática de exercícios, Práticas para aliviar o estresse, como meditação. 

Schwannoma Vestibular

É um tumor do sistema nervoso periférico originado nas células de Schwann. Essas  células são responsáveis pela criação de uma membrana isolante elétrica ao redor do axônio dos neurônios periféricos, a bainha de mielina, e também que atuam regenerando nervos. Geralmente o termo “Schwannoma” se refere a um tumor benigno e de crescimento lento. Os raros casos cancerosos devem ser chamados de Schwannoma maligno.

 A causa geralmente é desconhecida.  O sintoma mais habitual é zumbido com ou sem indício de perda auditiva, dor e problemas sensitivos ou motores moderados pela compressão sobre os nervos circundantes. Os sintomas variam dependendo do nervo afetado, por exemplo:

  • A compressão do nervo auditivo pode causar perda auditiva em um ouvido, zumbido, dor e paralisia facial.
  • A compressão do nervo trigêmio pode causar dor intensa e constante ao falar, comer, beber e ainda dormência ou paralisia facial.
  • Schwannomas dentro do canal espinhal podem se estender para dentro ou para fora do canal vertebral ao longo de uma raiz nervosa da medula espinhal. Ao comprimir a medula podem causar fraqueza, problemas digestivos e/ou dificuldade para controlar a urina, esfincter anal ou genital.
  • A compressão da raiz nervosa de um braço ou perna pode causar dor, fraqueza, rigidez ou dormência no braço ou perna afetado.

O tratamento consiste em cirurgia se o tumor está a pressionando algum nervo, causando dor, problemas sensitivos ou motores. Schwannomas malignos também devem ser removidos com cirurgia e radioterapia é usado frequentemente após cirurgia para ajudar a reduzir o risco de recorrência. 

Além da terapia com radiação e cirurgia, podem também ser necessárias sessões de quimioterapia. Caso haja sintomas de perda auditiva e/ou ziumbido que persistem uso de aparelho auditivo também.

Presbiacusia

Define-se a presbiacusia como o envelhecimento “normal” do ouvido, em oposição a uma surdez provocada por uma patologia. De todas as modalidades sensoriais, a audição é a que envelhece mais precocemente. Devido ao pequeno número de células ciliadas e de neurônios existentes na cóclea, as perdas celulares que vão acontecendo lentamente ao longo dos anos, acabam por resultar numa perda irremediável fatores associados podem colaborar em um inicio mais precoce. 

Os sintomas são a diminuição da percepção dos sons agudos e problemas de compreensão em ambiente ruidoso. Com o tempo, as dificuldades auditivas e os problemas de compreensão acentuam-se, incluindo em ambientes mais calmos, podendo chegar à surdez invalidante. Paralelamente à surdez surgem frequentemente zumbidos, a presbiacusia pode provocar isolamento social que pode estar na origem de estados depressivos reacionais. 

Infelizmente não há tratamento capaz de restabelecer a audição normal de quem perde a audição com o envelhecimento, mas há alternativas que podem fazer com que os idosos mantenham sua qualidade de vida sem problemas. Os especialistas costumam avaliar se existem fatores externos à audição que podem prejudicá-la, como diabetes, hipertensão arterial e aterosclerose. Paralelamente a isso, é muito importante consultar um médico otorrinolaringologista e posteriormente um fonoaudiólogo para realizar testes auditivos e os resultados promovam segurança, conforto, bem estar e melhor qualidade de vida ao idoso com uso de aparelho auditivo.

Surdez Súbita

A surdez súbita é uma perda auditiva repentina que pode afetar um ou os dois ouvidos. Em termos técnicos, um caso de perda auditiva repentina é considerado surdez súbita quando é superior a 30 dB (decibéis) em três frequências contínuas e acontece em um período de menos de três dias.

Este distúrbio pode ter diversas causas. Em alguns casos ele pode ser consequência de uma doença viral como: Caxumba, Sarampo, Catapora, Gripe, Mononucleose infecciosa. Outras causas são genéticas, doença auto- Imune, vasculares, infecciosas ou traumáticas, medicamentos ototóxicos também podem estar relacionados a casos de surdez súbita. Mas infelizmente ainda existe um grande percentual de perda súbita sem causa definida. 

Alguns pacientes acometidos pela surdez súbita relataram ter escutado um som explosivo no ouvido afetado quando a lesão ocorre pela primeira vez. Nestes casos a surdez súbita foi acompanhada por zumbido persistente e por vertigem que normalmente desaparece em alguns dias. Mas, de uma maneira geral, a surdez súbita é a percepção clara de uma diminuição da audição, zumbidos e vertigens, além de uma sensação de pressão nos ouvidos, como se o ouvido estivesse entupido ou tampado.

Ao suspeitar que esteja com surdez súbita, a pessoa precisa buscar imediatamente um otorrinolaringologista. Normalmente, é feito um exame clínico, seguido de audiometria. Nestes casos, o tempo faz diferença. Quanto mais rápido ela receber atendimento médico, maiores são as chances de reverter o problema. Após as primeiras 48 horas, as chances de ter um tratamento efetivo se reduzem drasticamente. 

Apesar deste consenso sobre a necessidade de buscar ajuda o mais rápido possível, o tratamento ainda é controverso e varia de acordo com o médico e as causas que provocaram a perda repentina de audição. Confirmado o diagnóstico de surdez súbita, normalmente são prescritos medicamentos corticoides, anti-inflamatórios e/ou vasodilatadores para tratar o problema. Estima-se que um terço dos pacientes tenham algumas melhoras. Quando permanente a perda auditiva acompanhada ou não de zumbido é indicado o uso de aparelho auditivo. 

Ototoxicidade 

 Ototoxicidade é a propriedade tóxica que algumas substâncias apresentam para o ouvido especificamente para a cóclea ou nervo auditivo, e, às vezes, para o sistema vestibular, como, por exemplo, o efeito colateral de um medicamento. Os efeitos da ototoxicidade podem ser reversíveis e temporários, ou permanentes e irreversíveis.

Estima-se que existam cerca de 200 remédios considerados ototóxicos. Dentre eles os mais comuns são: antibióticos, aminoglicosídeos, salicilatos, quinino, agentes antineoplásicos e diuréticos de alça. Na maioria dos casos, a ototoxicidade é temporária e não causa distúrbios por longos períodos, mas é importante ressaltar que o uso inadequado deles pode provocar prejuízos à audição e nos casos de uso intenso mesmo para tratamento específicos pode trazer a perda auditiva, zumbido e tontura como consequência permanente.

Não há tratamento específico, mas a interrupção da administração da droga ototóxica pode ser justificados quando as consequências de fazê-lo são menos graves do que os da ototoxicidade. É difícil distinguir entre danos nos nervos e danos estruturais devido à semelhança dos sintomas. As opções de tratamento variam, dependendo do paciente e o diagnóstico. Alguns pacientes apresentam apenas sintomas temporários que não necessitam de tratamento drástico, enquanto outros podem ser tratados com medicação ou com aparelhos auditivos quando o problema auditivo se torna permanente e irreversível.

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